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Lesão por pressão e seu impacto na saúde

Os eventos adversos constituem um desafio para o aprimoramento da qualidade na área da saúde e são definidos como incidentes e eventos que resultam em danos desnecessários ao paciente.

A presença de um evento adverso distancia o cuidado realizado do cuidado ideal, prolonga períodos de tratamento e aumenta consideravelmente os custos, tanto para os sistemas de saúde quanto para os pacientes.

Além dos gastos, os eventos adversos atingem diretamente a recuperação dos pacientes e podem gerar desfechos desfavoráveis. Um exemplo, é o aparecimento de feridas que se tornam crônicas.

Tais lesões amplificam o tempo de internação e, consequentemente, favorecem a ocorrência de outros eventos adversos. As chamadas lesões por pressão (LP), são complicações graves e frequentes em pessoas acamadas ou com dificuldade de mobilidade, tanto em domicílios, como em instituições de saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 5 milhões de pessoas no Brasil sofrem com feridas crônicas — como as provocadas por diabetes ou lesões por pressão. Inclusive, a solução para o tratamento pode estar nas mãos da ciência brasileira.

Um biocurativo com células-tronco, realizado a partir da impressão 3D, tem demonstrado ótimos resultados em estudos preliminares voltados para a recuperação de pacientes com queimaduras e feridas crônicas.

Mas, afinal, o que são as lesões por pressão? A LP é qualquer ferida ocasionada por uma pressão não aliviada, cisalhamento ou fricção, capaz de resultar em morte tecidual. Normalmente surge em áreas de proeminências ósseas do corpo.

A lesão por pressão dificulta o processo de recuperação e pode levar ao desenvolvimento de complicações. É associada a internações prolongadas, infecção generalizada (sepse), mortalidade, elevado custo financeiro para as instituições e acréscimo no sofrimento emocional e físico dos pacientes.

Alguns dos fatores que favorecem o surgimento da lesão por pressão são:

  • tempo pelo qual o paciente se mantém na posição, sem aliviar a pressão em determinada região do corpo;
  • déficit nutricional e constituição corporal do paciente (pacientes mais emagrecidos ou com anemia, por exemplo, tem maior risco);
  • incontinência urinária (umidade favorece o surgimento de lesões por pressão);
  • paciente com condições clínicas determinadas, como doenças neurológicas e nível de consciência alterado;
  • pacientes sem mobilidade ou com dificuldade em se mover no leito (sem a capacidade de se movimentar sozinho, alguém tem de ser responsável por mudar o paciente frequentemente de posição);
  • pacientes que fazem uso de sondas e outros dispositivos médicos.

Desenvolvimento de estudos e tecnologias

A literatura científica traz o aumento dos custos dos serviços de saúde e da assistência domiciliar, como consequências da LP, pelo seu caráter crônico e pelas demasiadas demandas (de tempo e de recursos materiais e humanos para o cuidado).

Cerca de 95% das LP são evitáveis, o que torna imprescindível utilizar todos os meios disponíveis para realizar um cuidado eficaz, implementando medidas de prevenção e tratamento das lesões por pressão já estabelecidas¹.

A In Situ Terapia Celular , por exemplo, é especialista no tratamento de feridas complexas como as úlceras de pressão e o pé diabético.

Através da tecnologia de informação, também é possível estabelecer uma comunicação efetiva por meio de prontuários eletrônicos, para colaborar na prevenção e tratamento da LP. Esse tipo de recurso pode favorecer, inclusive, estratégias de treinamento em equipe nos moldes da educação permanente.

Sistemas de auditoria, como o Carefy, são capazes de indicar quando algo tende a um desfecho desfavorável e conseguem contribuir e aprimorar o atendimento e o exercício dos profissionais da saúde.

As taxas de ocorrência de eventos adversos nas instituições de saúde devem ser notificadas junto ao sistema nacional de vigilância sanitária (SNVS).

Inclusive, de março de 2014 até janeiro de 2018, 17,9% (31.387) das mais de 170 mil notificações, corresponderam a casos de lesão por pressão no Brasil. Ainda nesse período, a LP foi o terceiro tipo de evento mais frequente notificado pelos núcleos de segurança do paciente dos serviços de saúde do país.

A investigação da ocorrência da LP constitui o primeiro passo para caracterizar a situação de forma quantitativa, podendo ser ferramenta utilizada em pesquisa epidemiológica ou em programas de melhoria de qualidade (INTERNATIONAL GUIDELINES, 2009).

Prevalência de incidência: lesão por pressão (LP)

A LP é utilizada como medida da qualidade de assistência dos serviços de saúde. Os estudos sobre sua ocorrência são utilizados como ferramentas nas práticas de prevenção, pois permitem avaliar a variação do número de indivíduos acometidos pelo problema.

A incidência e a prevalência são indicadores utilizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para determinar a qualidade dos cuidados prestados e, a partir desses dados, é possível colaborar para a melhora das iniciativas de prevenção.

As taxas de prevalência e incidência são comparadas com dados institucionais, nacionais e/ou internacionais, para compreender a ocorrência de lesão por pressão.

Bibliografia

Coleman S, Gorecki C, Nelson EA, Closs SJ, Defloor T, Halfens R et al. Patient risk factors for pressure ulcer development: systematic review. International Journal of Nursing Studies [Internet] 2013 [acesso em 10 jul 2014]; 50(7):974-1003. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2012.11.019.

Bueno VJM. Efecto beneficioso de los ácidos hiperoxigenados en la prevención de las úlceras por présion. Rev Eletrônica de Medicina Intensiva 2003; 3(1):art.538. [periódico na Internet] [acessado 2006 jul 31]. Disponível em: http://remi.uninet.edu/2005/11/REMI/0528.htm.

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