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Medula óssea: você sabe a importância?

Em algum momento da sua vida você já deve ter ouvido falar sobre a medula óssea e a sua importância para o funcionamento do nosso organismo e tratamento de alguns tipos de câncer no sangue, como as leucemias.

Mas você realmente sabe o que ela é? Uma dica importante: tem a ver com o conteúdo abordado em nossa última matéria sobre células-tronco!

O que é a medula óssea?

A medula óssea é um tecido de aspecto mole e gelatinoso que preenche o interior dos ossos e que possui função relacionada com a produção de novas células sanguíneas. Na medula óssea, estão presentes células-tronco precursoras dos diferentes tipos celulares que constituem o sangue. Ela funciona como um “reservatório” que repõem as células sanguíneas ao longo da vida.

Basicamente, existem dois tipos de medula óssea: a medula óssea vermelha e a medula óssea amarela, constituída por células adiposas. Ao nascermos, os nossos ossos contêm a medula vermelha capaz de produzir hemácias (glóbulos vermelhos), plaquetas e glóbulos brancos de defesa.

A medula óssea permanece vermelha até os sete anos de idade, pois a necessidade de formação contínua de células sanguíneas é alta nesse período. À medida que o corpo envelhece, ocorre a substituição gradual da medula óssea vermelha por tecido adiposo amarelo (medula amarela). A medula óssea amarela atua principalmente como um depósito de gordura que ajuda a sustentar e manter o ambiente propício para função óssea sendo localizada nas cavidades centrais de ossos longos.

Em indivíduos adultos, a maior concentração de medula óssea vermelha está nos ossos das vértebras, quadris (ílio), esterno, costelas e crânio, assim como em ossos longos do braço (úmero) e perna (fêmur e tíbia). Os outros ossos do esqueleto do adulto possuem medula amarela e, em condições normais, são incapazes de produzir células sanguíneas.

Células-tronco da medula óssea

As células sanguíneas têm uma vida útil limitada (por exemplo, as hemácias possuem uma vida média de 120 dias). Por isso, é importantíssimo que o corpo esteja constantemente substituindo-as, processo esse denominado como hematopoiese.

Como mencionado anteriormente, a capacidade da medula óssea de produzir novas células sanguíneas está diretamente ligada à presença de células-tronco em sua constituição. Se você possui dúvidas sobre esse tipo celular, não deixe de conferir nossa última matéria onde explicamos o que elas são, quais os tipos e quais as funções das células-tronco.

As células-tronco da medula vermelha são conhecidas como hematopoiéticas e dão origem a dois tipos principais de células sanguíneas: linhagens mielóide e linfóide. Juntas, estas linhagens dão origem a todas as células presentes no sangue, como os monócitos, macrófagos, neutrófilos, basófilos, eosinófilos, hemácias, plaquetas, linfócitos T e B e células natural killer (NK).

As células-tronco hematopoiéticas têm propriedades de renovação e diferenciação, podendo se dividir constantemente e produzir novas células. A auto renovação é uma propriedade essencial dessas células-tronco, pois são capazes de fornecer progenitores mielóides e linfóides comuns. Algumas dessas novas células permanecem como células-tronco, enquanto outras passam por uma série de estágios de maturação antes de se tornarem células sanguíneas formadas ou maduras.

Nesse processo, os vasos sanguíneos possuem um papel importante, atuando como uma barreira física para evitar que as células imaturas deixem a medula óssea. Assim, apenas as células sanguíneas maduras conseguem fazer parte da corrente sanguínea, pois possuem proteínas em sua superfície que possibilitam a entrada destas nos vasos.

A produção de novas células sanguíneas pode ser modificada!

A produção celular na medula é constante, mas alguns fatores podem influenciar e aumentar essa geração de novas células sanguíneas.

Isso pode acontecer em casos de diminuição da oxigenação dos tecidos do corpo, se houver perda de sangue ou anemia, ou se o número de glóbulos vermelhos reduzirem. Nesses casos, nosso organismo produz e libera o hormônio eritropoietina (produzido principalmente nos rins), um hormônio que estimula a medula óssea a produzir mais glóbulos vermelhos.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado aos glóbulos brancos. Em resposta a infecções, por exemplo, a medula óssea produz e libera mais glóbulos brancos de defesa para combater o processo infeccioso. Além disso, se uma pessoa sofre uma perda grave de sangue, a medula óssea amarela pode se ativar e se transformar em medula óssea vermelha.

Por essa capacidade incrível de renovação das células do sangue, a medula óssea vermelha tem sido utilizada há bastante tempo com uma importante ferramenta terapêutica em alguns tipos de câncer do sangue. O transplante de medula óssea é um tratamento médico que substitui a medula óssea doente por células saudáveis. As células de reposição podem vir do seu próprio corpo ou de um doador. Esse tipo de abordagem pode ser utilizada para tratar doenças como a leucemia, mieloma e linfoma, e outras doenças do sangue e do sistema imunológico que afetam a medula óssea.

Na medula óssea existe também outro tipo celular especial: as células mesenquimais que atuam em sinergia com as células-tronco hematopoéticas e no ambiente medular dão suporte à hematopoese. Células mesenquimais apresentam diversas propriedades regenerativas mas isso será tema de um próximo post.

Em nossos próximos conteúdos, abordaremos mais sobre os principais tipos de transplante de medula existente, como funcionam e suas principais aplicações. Não deixe de nos acompanhar em nossas redes sociais e blog!

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Referências:

Shoieb, S. A., Hafez, M. A. A., Abd El-Hamid, A. E., & Ezz, W. H. (2019). A review of bone marrow niche cellular spectrum. Journal of Internal Medicine.

Zakrzewski, W., Dobrzyński, M., Szymonowicz, M. et al. (2019). Stem cells: past, present, and future. Stem Cell Res Ther.

 

 

 

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